quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Algas

As algas são organismos fotossintetizantes. O termo alga não tem valor taxonômico. Apenas abriga um grupo de organismos que possuem clorofila, não possuem um talo diferenciado em raiz, caule e folhas, possuem hábitos aquáticos e são eucariontes heterotróficos, autotróficos ou mixotróficos.

Podem ser encontradas nos mais diversos ambientes, existindo formas terrestres, aquáticas e algumas espécies se associam com fungos, formando os liquens. As algas planctônicas e as cianobactérias compõem o fitoplâncton. Ele é extremamente importante, pois é a base da cadeia alimentar, servindo de alimento para a maioria dos peixes e baleias. Como organismos do fitoplâncton marinho podemos citar as hapófitas, diatomáceas e os dinoflagelados, e de água doce podemos citar as crisófitas, diatomáceas, dinoflagelados e algas verdes. As algas também possuem formas bentônicas.

São organismos clorofilados, possuindo principalmente clorofila a, mas o fato de serem clorofiladas não as obriga serem verdes, pois possuem outros pigmentos que podem mascarar o verde da clorofila. Estes pigmentos podem conferir cores azuladas, pardas, avermelhadas e até negras.

Normalmente, num ecossistema equilibrado, o crescimento das algas é controlado pelas condições do ambiente, como temperatura, alimento disponível, etc. e quando há um desequilíbrio, normalmente provocado pelo homem através da poluição, as algas se multiplicam numa taxa maior, causando fenômenos como a maré vermelha, que é o acúmulo de toxinas provocadas pela alga, podendo causar vários prejuízos ambientais e financeiros.

O fitoplâncton é muito importante no Ciclo do Carbono na atmosfera, pois utiliza o CO2 presente no ar para a produção de seu alimento (fotossíntese), contribuindo assim para a diminuição desse gás na atmosfera e consequentemente, diminuição do efeito estufa.



Organização vegetativa

As algas apresentam uma grande diversidade de formas, estando a maior parte no mar. O corpo das algas é chamado de talo.

Podemos encontrar formas unicelulares, coloniais, pluricelulares e cenocíticas.

Dentre os unicelulares encontramos organismos flagelados como as algas verdes e dinoflagelados, e organismos aflagelados como as diatomáceas.

Nas formas coloniais as células estão unidas fisicamente por mucilagens e não apresentam uniões citoplasmáticas. Podemos encontrar formas coloniais bentônicas e planctônicas. As colônias podem não ter uma organização definida entre as células, formando uma colônia amorfa, ou apresentarem uma organização bem definida, complexa, com forma e número de células definidos.

As formas pluricelulares normalmente são filamentosas, podendo haver formas parenquimatosas. O talo filamentoso pode ser ramificado ou não-ramificado, apresentando uma grande diversidade de formas. Quando as divisões celulares ocorrem em apenas um plano o filamento é dito não-ramificado. Quando as divisões ocorrem em mais de um plano, ele é dito ramificado, variando de formas simples com apenas umas série de células (unisseriadas) a formas mais complexas, plurisseriadas, podendo formar um talo crostoso e até um talo pseudoparenquimatoso.

Quando as divisões celulares ocorrem em vários planos, bi ou tridimensional, um tecido parenquimatoso é formado.

Podemos encontrar também formas cenocíticas, que são filamentos tubulares não divididos em células.

 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Animais Peçonhentos


 

Animais Peçonhentos

Animais peçonhentos x animais venenosos

Os animais venenosos são animais que possuem veneno mas não possuem mecanismo de inoculação. Os animais peçonhentos são animais que além de venenosos, possuem um mecanismo especializado de inoculação, a peçanha, que é utilizada como arma de caça ou de defesa.

Exemplos de animais peçonhentos: serpentes (jararaca, cascavel, surucucu), escorpião, aranha.

Exemplos de animais venenosos: sapos, baiacu.

Os animais podem ser divididas em artrópodes e serpentes (ofídios).


ARTRÓPODES - ESCORPIÕES

v     Escorpião amarelo (Tityus serrulatus): podem ser encontrados desde a margem direita do rio São Francisco até a fronteira Paraná – Santa Catarina. É muito comum em Minas Gerais (especialmente em Belo Horizonte). No Estado de São Paulo, poderá ser encontrada na região do Vale do Paraíba, Rio Preto e vizinhanças e em focos isolados na Capital. É um escorpião que poderá ser encontrada facilmente em ambientes urbanos.

v     Escorpião marrom (Tityus bahiensis): é um escorpião muito comum, sendo encontrado nos mesmos locais do escorpião amarelo, além de ser encontrado também em algumas regiões de Mato Grosso e de Santa Catarina. É o mais comum em São Paulo. Pode ser encontrado nas regiões do Morumbi, Pacaembu e ao longo do Rio Pinheiros. É encontrado em campos e matas ralas, procurando refúgios em cupinzeiros, debaixo de pedras, fendas de barrancos, etc.

Hábitos: são animais que caçam a noite. Durante o dia, procuram esconderijos, como por exemplo tronco de árvores, frestas nas paredes, sapatos, toalhas, etc. Não são considerados animais violentos.

Sintomatologia (efeitos no homem)

O veneno dos escorpiões é neurotóxico, obedecendo aos seguintes critérios de gravidade: casos benignos (apenas dor moderada); casos médios (dor intensa no local e sudorese); casos graves (dor muito intensa, hipotermia, sudorese, aumento da pressão sangüínea, náuseas e vômitos).

ARTRÓPODES – ARANHAS

v     Aranha armadeira (Phoneutria sp.): as aranhas armadeiras possuem esse nome porque quando ameaçadas assumem uma postura ameaçadora, apoiando-se com as patas traseiras e mantendo as duas dianteiras levantadas, numa posição de bote. Pode ser encontrada em lugares escuros, cachos de bananas, sapatos, vegetação, etc. Pode ser reconhecida pela sua cor cinza ou castanho escuro, corpo e pernas com pêlos curtos, perto dos ferrões os pêlos são vermelhos e atingem até 17cm de comprimento quando adultas (incluindo as pernas).

v     Aranha marrom (Loxosceles sp.): atingem cerca de 3 a 4 cm, com cor amarelada. É uma aranha que vive em teias irregulares (parecidas com um lençol de algodão) construídas em tijolos, telhas, barrancos, cantos de parede, etc. Os acidentes são raros, porém geralmente são graves, com formação de ferida no local da picada e sensação de queimadura.

v     Aranha de grama (Lycosa sp.): possuem cor acizentada ou marrom, com pêlos vermelhos perto dos ferrões e uma mancha escura em forma de flecha sobre o corpo. Vive em gramados e residências. São freqüentes os acidentes mas não são graves.

v     Aranha caranguejeira (Trechona sp.): São aranhas grandes (podendo chegar a 9cm só de corpo). São vários os gêneros, porém o mais perigoso no Brasil é o do Trechona, que ocorre desde o norte até o sul do país. As aranhas desse gênero possuem um veneno neurotóxico, porém sem risco de morte para o acidentado, não necessitando a aplicação de soro.

v     Aranha viúva-negra (Latrodectus sp.): são aranhas pretas com manchas vermelhas no abdômem. As fêmeas têm de 2,5 a 3 cm e os machos podem ser de 3 a 4 vezes maior. Vivem em teias construídas em vegetações rasteiras, arbustos, barrancos, etc. Para as espécies brasileiras de viúva negra, não são produzidos soros pois os acidentes são raros e geralmente são de média ou pouca gravidade.


ARTRÓPODES - LACRAIAS

As lacraias podem ser encontradas em qualquer lugar. Possui ferrões na parte debaixo da cabeça, e não nos últimos segmentos (muitos acham que o ferrão está na parte de trás do corpo porque a lacraia levanta o mesmo quando ameaçada). Os acidentes são raros e geralmente de baixa gravidade, não sendo necessário a produção de soro.

ARTRÓPODES – PRIMEIROS SOCORROS

Geralmente os acidentes com aranhas, escorpiões ou lacraias são de baixa gravidade. Manobras como sucção do veneno ou espremer o local da picada não possui efeito algum. Geralmente picadas desses artrópodes provoca apenas dor local e intensa ou moderada. Em caso de acidentes com menores de 7 anos de idades ou pessoas debilitadas, o procedimento mais indicado é o socorro no Hospital Vital Brasil, do Instituto Butantan.

SERPENTES

VENENOSAS
NÃO VENENOSAS
Cabeça chata, triangular,
Bem destacada.
Cabeça estreita, alongada,
Mal destacada.
Olhos pequenos, com pupila
em fenda vertical e fosseta
loreal entre os olhos e as
narinas (quadradinho preto).
Olhos grandes, com pupila
circular, fosseta
lacrimal ausente.
Escamas do corpo alongadas,
pontudas, imbricadas, com carena
mediana, dando ao tato uma
impressão de aspereza.
Escamas achatadas, sem
carena, dando ao tato uma
impressão de liso, escorregadio.
Cabeça com escamas pequenas
semelhantes às do corpo.
Cabeça com placas em vez
de escamas.
Cauda curta, afinada bruscamente.
Cauda longa, afinada gradualmente.
Quando perseguida, toma
atitude de ataque, enrodilhando-se.
Quando perseguida, foge


As espécies de serpentes com maior índice de acidentes são: jararaca, cascavel, surucucu e coral. Geralmente possuem dentição do tipo solenóglifa, com exceção da coral, que possui a do tipo proteróglifa.

Tipos de dentição:

ü      Áglifa: dentes maciços. Não inoculam veneno. Exemplos: sucuri, jibóia, etc.

ü      Opstóglifa: possuem um ou mais pares de dentes posteriores (trás) do maxilar superior com sulcos por onde escorrem o veneno. Exemplo: falsa coral, muçurana, etc.

ü      Proteróglifa: possuem presas anteriores (frente) caniculares, por onde pode escorrer o veneno. Exemplo: coral verdadeira e serpentes marinhas.

ü      Solenóglifa: possuem grandes presas anteriores dotadas de canal central, por onde passa o veneno. Exemplo: cascavel, jararaca, surucucu, urutu, etc.






Tipos de serpentes mais conhecidas:

v     Cascavel (Crotalus sp.): As cascavéis são cobras facilmente reconhecíveis pela presença de chocalho na cauda. Pode ser encontrada em todo o Brasil, com exceção da floresta amazônica.

v     Jararaca (Bothrops sp.): pode alcançar mais de um metro de comprimento. Ocorre nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, leste do Mato Grosso, sul da Bahia e em algumas áreas de Minas Gerais.

v     Surucucu (Lachesis sp.): São as maiores serpentes peçonhentas das Américas, podendo alcançar mais de 4 metros. É comum em florestas litorâneas do Rio de Janeiro para o norte e por todo o vale amazônico.

v     Cobra Coral (Micrurus sp.): ocorre em todo o Brasil. A diferenciação com a falsa coral é muito difícil, portanto não é recomendável que pessoas sem conhecimentos específicos tentem diferenciá-las.

Em caso de picada de cobra:

Ø      Não tente retirar o veneno com o método de sucção ou espremer o local.
Ø      Não dê nada alcoólico, querosene, etc.
Ø      Não faça torniquete.
Ø      Se a picada for em algum membro, mantenha-o erguido.
Ø      Leve o acidentado imediatamente ao hospital, pois somente o soro pode curar.
Ø      Leve o animal causador do acidente, se possível.

Controle e prevenção

ARTRÓPODES


*      Manter limpos quintais, jardins e terrenos baldios, não acumulando entulho e lixo doméstico.
*       Aparar a grama e recolher as folhas caídas.
*       Vedar soleiras de portas com saquinhos de areia ou frisos de borracha. Colocar telas nas janelas, vedar ralos de pia, tanque e de chão.
*       Colocar o lixo em sacos plásticos, que devem ser mantidos fechados.
*       Examinar roupas, calçados e toalhas antes de usá-los.
*       Andar sempre calçado.
*       Usar luva de raspa de couro ao trabalhar com materiais de construção.
*       Inseticida NÃO resolve o problema.



SERPENTES


*      Andar sempre calçado (72% dos acidentes são no pé).
*       Não introduzir a mão em buracos no chão, como tocas de tatus, cupizeiros, etc.
*       Olhar com muita atenção o chão por onde caminha e locais onde deseja apanhar pequenos objetos ou animais.
*       Ter cuidados especiais com matagais, montes de folhas mais ou menos secas.
*       A presença de roedores pode indicar a presença de serpentes também, pois os roedores são alimento para as cobras.
*       Não tente diferenciar cobras venenosas das não venenosas. Algumas são difíceis de diferenciar.
*       Não manuseie serpentes vivas ou mortas. As venenosas podem causar acidentes mesmo mortas.




Animais Peçonhentos


Quando ouvimos falar em animais peçonhentos, logo nos vem a cabeça a imagem de COBRAS, ARANHAS, e ESCORPIÕES,  associando a estas figuras títulos como “ASSASSINOS”, “MORTE”, “BICHOS DO MAL”, “COISA RUIM” e etc.
Essa imagem de vilões é erradamente atribuída a estes animais, visto que os mesmos agem puramente por instinto de defesa ou de sobrevivência.
Neste artigo vamos conhecer melhor estes seres.
Muitos mitos e lendas giram ao redor deste tema, desde muitos anos antes de Cristo, com isso criamos um medo inconsciente de animais que muitas vezes nem ao menos conhecemos.
Os animais peçonhentos são aqueles capazes de inocular o veneno, produzido em seu organismo, diretamente em suas presas para paralisa-las ou, quando sentem-se ameaçados, como mecanismo de defesa, imobilizando o agressor, podendo assim fugir em segurança.
Vemos que a maior parte dos acidentes com aranhas e escorpiões acontecem quando estes são comprimidos pelo homem no interior de calçados, roupas, ou em algum entulho que o animal usava como moradia. As serpentes, da mesma maneira, reagem quando são acidentalmente pisoteadas ou encurraladas.
Devemos lembrar que, no Brasil, o veneno desses animais não possuem um poder tóxico muito grande, pois não há escassez de alimento consumido por eles. Em alguns lugares como no deserto asiático a ação do veneno de alguns animais é quase 10 vezes mais forte que os dos animais brasileiros, o veneno deve ser potente para não haver o risco da perda da presa encontrada.
Os escorpiões e aranhas se alimentam de pequenos insetos como baratas e moscas, e as serpentes, de pequenos roedores, alimentos fartos no país.
Os acidentes fatais envolvendo animais peçonhentos ocorrem quando não são prestados os cuidados necessários, geralmente em crianças, idosos ou pessoas com o organismo debilitado.
Algumas vezes o veneno pode levar até 24 horas para fazer efeito. Tempo suficiente para que os socorros sejam prestados.
O tratamento definitivo para acidentes com serpentes peçonhentas é a soroterapia específica, esse tratamento também é utilizado nos casos mais graves de acidentes com aranhas e escorpiões.
Em todos os casos deve-se tomar algumas medidas antes de levar a vitima ao ambiente hospitalar.
 

Medidas de Primeiros Socorros:

- Acalmar a vítima;
- Assepsiar o ferimento com água e sabão, ou soro fisiológico;
- Remover adornos na região afetada;
- Tentar identificar o animal agressor;
- Capturar, quando o possível, o animal agressor;
- Oferecer repouso à vitima;
- Se possível, manter área afetada em nível acima do coração;
- Monitorar Sinais Vitais;
- Transporte a vitima a recurso hospitalar. 
Também são realizado diversos procedimentos incorretos que acarretam em agravamento das lesões. 

 O que "nunca" deve ser feito:

- Utilizar garrote ou torniquete na região afetada. Isto não impedirá a absorção do veneno e ainda aumentará a ação destrutiva de alguns;
- Não sugar o local da picada. O veneno não pode ser retirado dessa maneira depois de ser injetado na corrente sanguínea;
- Não fazer cortes no local da lesão. Alguns venenos impedem a coagulação sanguínea e podem criar uma hemorragia intensa no local;
- Não dar bebidas como álcool, querosene e etc a vitima. Isto não atuara em nada como neutralizante do veneno e pode prejudicar a vitima;
- Não colocar nenhuma substância como terra, pó de café, folha de fumo e etc no ferimento. Isto pode gerar uma infecção muito grande.


Algumas maneiras de prevenir acidentes:

- Usar botas de canos altos em trabalhos com mato alto. Muitos acidentes com serpentes ocorrem do joelho para baixo quando se pisa acidentalmente em uma serpente;
- Usar luvas de raspa de couro ao manusear entulhos e materiais que estão parados a muito tempo;
- Evitar acumulo de materiais, entulhos e lixo. Isto atrai insetos e roedores, atraindo com isto os animais peçonhentos que deles se alimentam;
- Manter sempre limpo o ambiente de trabalho.
Acidentes com animais peçonhentos não são muito freqüentes, mas caso se deparem com os mesmos, mantenham a calma.

 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

anfibios

   Anfíbios

                                                                                                                                                                      Se procura pelos veículos aptos a transitarem em terra ou na água, veja Anfíbio (veículo).
Como ler uma caixa taxonómicaAnfíbios
Ocorrência: devónico superior–presente
O
S
D
C
P
T
J
K
N
Rana lessonae
Rana lessonae
Classificação científica
Domínio: Eukariota
Reino: Animalia
Subreino: Metazoa
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Infrafilo: Gnathostomata
Superclasse: Tetrapoda
Classe: Amphibia
Sub-classes
Os anfíbios (latim científico: Amphibia) constituem uma classe de animais vertebrados, pecilotérmicos que não possuem bolsa amniótica agrupados na classe Amphibia. A característica mais marcante dos seres vivos da classe é o seu ciclo de vida dividido em duas fases: uma aquática e outra terrestre, apesar de haver exceções. Estão identificadas cerca de seis mil espécies vivas de anfíbios cadastradas no Amphibian Species of the World[1].
Muitos pesquisadores acreditam que os anfíbios são indicadores ecológicos e nas últimas décadas tem havido um declínio das populações de anfíbios ao redor do globo. Muitas espécies estão ameaçadas ou extintas.
Os anfíbios evoluíram no Período Devoniano e eram os principais predadores dos períodos Carbonífero e Permiano, mas muitas linhagens foram exterminadas durante a extinção do Permiano-Triássico. Um grupo, o metoposauridae, continuou um importante predador durante a Triássico, mas devido provávelmente ao fato de o mundo ter se tornado mais seco durante o Jurássico Inferior, estes foram extintos, assim como a maioria dos Temnospondyli, como o Koolasuchus, e as ordens modernas de lissanfíbios.
     

                     Características gerais



A análise de um ser da classe dos anfíbios exige a divisão de seu ciclo vital, devido a diferenças morfofisiológicas entre a fase aquática e a terrestre (adulta).
Quando jovens, a maioria das espécies de anfíbios vivem exclusivamente em ambiente aquático dulcícola, e sua estrutura corpórea é semelhante a de um alevino, realizando respiração branquial. A fase jovem, também conhecida como larval, é determinada do nascimento até a metamorfose do anfíbio, que lhe permitirá sair do ambiente aquático e fazer parte do ambiente terrestre. As larvas possuem cauda e até mesmo linha lateral como os peixes.[2]
Já adultos, a dependência da água dos anfíbios jovens é superada parcialmente, e após a metamorfose, a maioria das espécies, pode deixar a água e viver em habitat terrestre. Apesar de pulmonados, os representantes dessa classe possuem uma superfície alveolar muito pequena, incapaz de suprir toda a demanda gasosa do animal. Portanto, como complemento à respiração pulmonar, os anfíbios realizam a respiração cutânea (trocas de gases através da pele), e para tanto possuem a pele bastante vascularizada e sempre umedecida.
A circulação nos anfíbios é dita fechada (o sangue sempre permanece em vasos), dupla (há o circuito corpóreo e o circuito pulmonar) e incompleta (já que há mistura do sangue venoso e artérial no coração). O coração do anfíbio apresenta apenas três cavidades: dois átrios, nos quais há chegada de sangue ao coração; e um ventrículo, no qual o sangue é direcionado ao pulmão ou ao corpo do animal.
O seu sistema excretor apresenta rins mesonéfricos que são ligados por ureteres à bexiga, que por sua vez está ligada à cloaca. Quando no estado larval o produto de sua excreção é a amônia, porém no estado adulto excretam uréia. Quanto a locomoção, os membros da ordem Anura são, em sua maioria, saltadores, as salamandras [Caudata] caminham e as cobras-cegas [Gymnophiona] arrastam-se por contrações musculares. Na água são nadadores, sendo que quando na fase larval utilizam a cauda e quando adultas, as rãs utilizam as patas, que possuem membranas interdigitais. As pererecas apresentam discos adesivos nos dedos, equivocadamente definidos como ventosas.
O sistema nervoso dos anfíbios tem como principal órgão o encéfalo. Apresentam boa visão, com exceção das cobras-cegas, e tato em toda superfície corporal. O seu sistema olfativo apresenta narinas e os órgãos de Jacobson, no teto da cavidade nasal. Em sua língua se encontram botões gustativos.
Alguns anfíbios podem ser venenosos, sendo que alguns deles estão inclusive entre os animais mais venenosos. Os sapos possuem uma glândula parotóide que produz veneno, e muitas glândulas pequenas espalhadas por toda superfície do corpo, produtoras de muco e veneno. Entretanto, este veneno da glândula paratóide é eliminado apenas quando tal glândula é apertada. O manuseamento de anfíbios é normalmente seguro, desde que o veneno não entre na circulação sanguínea através de ferimentos ou mucosa. Deve-se por isso lavar as mãos depois do contato com os animais.

                                       Reprodução 

Os anfíbios apresentam 29 modos reprodutivos distintos, sendo superados em diversidade de modos reprodutivos apenas pelos peixes.
No modo mais comum, a reprodução dos anfíbios está ligada à água doce, e ocorre nos Anuros sexuadamente por fecundação externa (excetuando-se por duas espécies de rãs norte-americanas do gênero Ascaphus), na qual a fêmea libera óvulos (ainda não fecundados) envoltos em uma massa gelatinosa e o macho então lança seus gâmetas sobre eles para que ocorra a fecundação. Os ovos formados ficarão em ambiente aquático lêntico (lagos, lagoas e represas) até o nascimento do girino, que captura seu alimento no meio ambiente. Nos Gymnophiona e nos Urodela, a fecundação é realizada internamente. No caso das salamandras (Urodela), o macho encontra a fêmea e inicia um comportamento de cortejo parecido com uma dança, quando o macho deixa no substrato uma cápsula (o espermatóforo) que carrega os gametas masculinos. Com os movimentos do cortejo, o macho induz a fêmea a se colocar sobre o espermatóforo, que então fecunda os óvulos da fêmea internamente à esta.
Nos Anuros, formas mais especializadas de reprodução incluem: girinos que possuem saco vitelínico, ovos colocados sobre a vegetação a vários metros do chão, ovos embebidos no dorso de fêmeas exclusivamente aquáticas, ovos carregados no dorso de machos ou de fêmeas até o nascimento dos girinos, girinos se desenvolvendo no interior do estômago das fêmeas, desenvolvimento direto, ovoviviparidade e viviparidade, entre outros. O desenvolvimento directo ocorre, por exemplo, no género Eleutherodactylus[5]
Como estão protegidos pela água, os ovos de anfíbios não possuem anexos embrionários adaptativos como o alantóide, sendo essa uma das características que difere a classe dos outros vertebrados terrestres.


                                       Origem evolutiva

Os anfíbios surgiram há cerca de 350 milhões de anos, no Devoniano, e foram os primeiros animais vertebrados terrestres. No Carbónico foram o grupo dominante. Estudos de fósseis sugerem que o grupo teria evoluído a partir dos peixes pulmonados de nadadeira lobada, tal como o Tiktaalik e servido de ancestral para os répteis, além de serem os primeiros vertebrados em habitat terrestre. Em relação aos peixes (seus antecessores) os anfíbios possuem menor dependência da água, contudo ainda não representam seres verdadeiramente terrestres, tendo a necessidade de viver em locais úmidos mesmo quando adultos.[3]

                                  Outras Características

 Os anfíbios atuais são descendentes dos primeiros vertebrados a iniciarem a saída das águas, provavelmente com um menor número de adaptações morfológicas do que os outros tetrápodes (sendo estes os répteis, as aves e os mamíferos), e um compensatório, porém diferente, número (e formas) de adaptações fisiológicas.

                                        Classificação

                                              
O termo Amphibia, como era utilizado na sistemática clássica, tinha status de classe e abrangia todos os tetrápodes que estivessem entre os peixes e os répteis. Romer (1966) subdividia essa classe em três subclasses:[4]
Entretanto, parte das características utilizadas para a definição desses grupos eram primitivas, ou seja, simplesiomorfias.

Todos os anfíbios atuais pertencem a subclasse Lissamphibia que está dividida em três ordens:
    • Ordem Urodela (Caudata): tetrápodes com cauda e aspecto de lagarto. Ex.: Salamandras.
    • Ordem Anura: corpos curtos sem cauda. São tetrápodes com adaptação para o salto, a maioria apresenta metamorfose completa, mas alguns já saem dos ovos com a forma adulta, não apresentando metamorfose. Ex.:sapos, pererecas e rãs.
    • Ordem Gymnophiona (Apoda): anfíbios sem patas. Ex.: ¹Cobras-cegas.
¹Não confundir com Amphisbaenia, Typhlopidae e Leptotyphlopidae, que são répteis sem patas(ou com patas atrofiadas) conhecidos popularmente como "cobras-cegas" também. 

Perereca


Salamandra




Sapo